terça-feira, 11 de novembro de 2008

FUNDAMENTOS DA FÉ CRISTÃ

FÉ E ESPERANÇA

Texto devocional:


“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem.” ( Hb 11.1)



[1] Revisão:

a. Razão: faculdade que tem o ser humano de avaliar, julgar, ponderar idéias universais; raciocínio, juízo; estabelecer relações lógicas; raciocínio, inteligência.

b. Racionalismo: método de observar as coisas baseado exclusivamente na razão, considerada como única autoridade quanto à maneira de pensar e/ou de agir; crença na razão e na evidência das demonstrações (Aurélio).

c. Revelação: iniciativa de Deus em comunicar com os homens sobre si mesmo;

d. Fé: resposta do homem à revelação de Deus; confiar que o que Deus diz é verdade e que nada do que disse é contraditório ou errado.



[2] Esperança – conceitos gerais:


a. Conceito popular:

i.Provérbios: “a esperança é a última que morre”; “se há vida, há esperança”.

ii.Desejo: sinônimo de ‘tomara’ — “espero que chova”; “espero tirar 10”;

b. Conceito psicológico: paixão por um bem que se espera conseguir no futuro por seus próprios meios e com a ajuda de outros (família, amigos, Deus, sorte, etc);

c. Positivismo: afirmação da coragem e capacidade do homem em superar desafios e transformar os ideais em realidade;

d. Existencialismo: desespero como condição inevitável do homem racional; o homem conviver com o absurdo e desespero com coragem, bastando-se e sendo seu próprio super-homem; a fé pode apenas aliviar o desespero;



[3] Esperança - conceito bíblico:


a. Antigo Testamento:

i.As palavras batach (sentir-se seguro, confiar), qawah e jachal (esperar) e chasah (procurar refúgio) são traduzidas como elpizein (esperança) na LXX.

ii.Sentido: paciência, constância, confiança; relacionada a pistis (fé, confiança);

iii.O AT rejeita as falsas esperanças humanas, baseadas no homem, na sua riqueza, no seu poder político (Cf. Sl 37.5-7; Is 30.15). A esperança não está embasada na capacidade do homem, mas na promessa de Deus (Jr 17.11).

iv.Etimologia: abertura, tendência, expectativa do bem, buscar segurança;

v.Exemplos: a confiança nas promessas é o impulso para o agir:

1. Abraão ouviu a voz de Deus que o chamava para emigrar com sua família e seu rebanho (Rm 4.18 – crendo contra a esperança).

2. Moisés, obediente à voz de Deus, liberta o povo da escravidão, confiante na promessa da Terra Prometida.

3. Os profetas que, vendo a situação de injustiça e de exploração dos pobres, se empenharam confiantes na promessa divina de paz e justiça.

b. Novo Testamento:

i.Evangelhos: grègorein (vigiar) e hypomonein (persistir com paciência).

ii.João: elpis (1Jo 3.3), referindo-se à promessa da ressurreição, a esperar aquilo que seremos, à semelhança com Deus, a vê-lo como ele é (1Jo 3.2).

iii.Pedro: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos... E por ele credes em Deus, que o ressuscitou dentre os mortos, e lhe deu glória, para que a vossa fé e esperança estivessem em Deus; ” (1Pe 1:3. 21)

iv.Paulo: tripé das maiores virtudes cristãs – fé, esperança e amor;

1. “Agora, pois, permanecem a fé (pistis), a esperança (elpis) e o amor (ágape), estes três, mas o maior destes é o amor” (1 Co 13.13);

2. “Porquanto ouvimos da vossa fé em Cristo Jesus, e do amor que tendes para com todos os santos; por causa da esperança que vos está reservada nos céus, da qual já antes ouvistes pela palavra da verdade do evangelho” (Col 1:4,5)



[4] Esperança cristã:

a. Conduta: a esperança é o aspecto do comportamento cristão total, que confia com paciência nas promessas de Deus e que ainda não vemos (Cf. Rm 8.24-25) porque são futuro e porque superam os sentidos (2Co 4.18).

b. Já e ainda não: a esperança cristã já está realizada na redenção trazida por Cristo. Os bens da salvação esperada e já realizada são: a libertação do pecado, a filiação divina, a justificação, o Espírito que gera a vida eterna e a ressurreição. Apesar disto, somos salvos na esperança (Rm 8.23).

c. Marca: esperança distingue crente do não-crente (Rm 12.12; 1Ts 4.13; Ef 2.12).

d. Objeto: o cumprimento das promessas divinas: o Reino de Deus, a vinda de Jesus, a ressurreição dos mortos, a participação de toda a Criação na glória de Cristo, o alcance dos bens celestes anunciados no Evangelho.

e. Fundamento: é a fidelidade de Deus às suas promessas (Rm 15.13; 1Tm 4.10; 1Pd 1.21) já realizada em Cristo. “Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é o que prometeu” (Hb 10:23); Cristo é a esperança do cristão (“Cristo em vós, esperança da glória” Cl 1.27); “Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo” (Tt 2.13).

f. Garantia: o Espírito Santo contém toda a promessa feita a Abraão (Gl 3.14); ele é o penhor da nossa herança, da plena redenção da glória futura (Ef 1.13-14; 2Co 1.22; 5.5), da redenção do nosso corpo (Rm 8.23.24). O Espírito Santo sustenta a esperança em nosso coração por meio do amor de Deus (Rm 5.5);



[5] Esperança cristã em ação:


a. Esperança e fé: a esperança é fruto da fé e também seu sustento; “... se permanecerdes fundados e firmes na fé, e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido” (Cl 1.23)

b. Esperança e amor: a esperança e a fé se completam mas necessariamente conduz ao amor Gl 5.5-6; 1Cor 13; 1Ts 2.8; 2Cor 11.2.

c. Serviço: coragem no falar (2Cor 3.12), zelo, constância e paciência (Fp 3.3s; 2Tm 4.7s; 1Ts 2.19; Cl 2.24-29).



[6] Para refletir:


A razão da esperança cristã: a pessoa do Deus-triúno, a pessoa e a obra expiatória de Cristo; o ministério do Espírito Santo.

Missão da igreja: Não há nenhuma esperança para o mundo fora de Deus. Isto ficará cada vez mais claro e doloroso. Uma Igreja preparada pode ser instrumento poderoso de Deus na proclamação da bendita esperança.

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